sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

As pessoas do Pessoa.

"Não sei quem sou, que alma tenho.
 Quando falo com sinceridade, não sei com que sinceridade falo.
 Sou variamente outro do que um eu que não sei se existe (se é esses outros)..;
 Sinto crenças que não tenho.
 Enlevam-me ânsias que repudio.
 A minha perpétua atenção sobre mim perpetuamente me ponta
  traições de alma a um caráter que talvez eu não tenha,
  nem ela me julga que eu tenho.
 Sinto-me múltiplo.
 Sou como um quarto com inúmeros espelhos fantásticos
  que torcem para reflexões falsas
 uma única anterior ralidade que não está em nenhuma e está em   todas.
 Como o panteísta se sente árvore e até flor, sinto-me vários seres.
 Sinto-me viver vidas alheias, em mim, incompletamente,
  como se o meu ser participasse de todos os homens,
  incompletamente de cada,
  por uma suma de não-eus sintetizados num eu postiço."

Fernando Pessoa.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Contradições benéficas.

"Pior do que sofrer de amor, é nunca ter amado."
Será mesmo?
As vezes penso que o mundo seria lindo se houvesse mais amor,porém me esqueço de que este nunca vem sozinho, na maioria das vezes a desilusão o acompanha de perto.
Ainda mais enquanto somos jovens.
Não que a vida ampare preferencialmente os de maior vivência, mas é que estes já passaram, em sua maioria, pelas decepções que hoje nos assolam.
Mas enquanto não somos beneficiados pela passagem de tempo, nos resta torcer para que a mágoa não corroa nosso coração. Nos resta viver momentos como este, em que tentamos colocar um pouco de nossa dor à mostra, para que assim talvez o peso diminua.
Talvez escreva aqui, na esperança de que alguém leia e possa me dizer algo como "Tudo acabará bem".
As vezes é somente o que queremos ouvir.
O discurso padrão-"Ah, ele não era pra você" ; "Encontrará coisa melhor"; etc... já virou clichê, e nada pior do que aquele cidadão que fala pra você não chorar.
Pois eu digo: Chore!
As lágrimas farão com que se sinta mais leve. Chore escondido, no colo de um amigo, no ônibus,... mas não deixe de expor esse pequeno pedaço de você que sofre, pois mentir para si mesmo dizendo que não se importa só trará mais sofrimento.
Ruim talvez seja lembrar que um homem, há 430 anos, nos alertou sobre as armadilhas do amor.
Disse ele: "Mas como causar pode seu favor
                Nos corações humanos amizade,
                se tão contrário a si é o mesmo
                Amor?"
Mas mesmo Camões, para escrevê-lo precisou vivencia-lo.
Sentimos necessidade de amar, de nos apaixonar, e apesar de todas as decepções e contrariedades, continuamos de pé nesta caminhada, que por vezes parece vã.
Saibam que o melhor fica sempre para o final, e que as lágrimas farão sentindo quando chegarmos lá.
Apenas não deixe que as desilusões lhe endureçam o coração, há muito mais para se aprender do que aquilo que vemos.
Ao final, todos temos duas opções: Fazer da tristeza nosso escudo ou nossa espada.

À Laura Martins.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Reflexão do dia.

"Pensamos demasiadamente
Sentimos muito pouco
Necessitamos mais de humildade
Que de máquinas.
Mais de bondade e ternura
Que de inteligência.
Sem isso,
A vida se tornará violenta e 
Tudo se perderá."

Você deve parar de se complicar tanto.

O medo aparece de varias maneiras na vida.

Ele pode vir em forma de preocupação, fruto do medo de que algo dê errado.
Somos humanos, e todos temos esta inquietude. Vivemos em função de acreditar, sempre, que as coisas podem e vão dar certo. Se não for assim, que outro motivo teríamos para continuar tentando, mesmo após uma grande decepção?
Temos o hábito de nos deixar levar pelas preocupações, mesmo que às vezes sejam banais.
O nosso pé que fica atrás, e luta por mover-se adiante em algumas situações é a prova de que acabamos por nos privar de momentos espontâneos por medo. E este pé atrás pode fazer com que você tropece.
Não digo para cerrar os olhos e seguir confiante. Apenas evite o estresse. Descarte esta mania de esperar que as coisas deem errado, e tente seguir com um pouco mais de fé. Pois mesmo as grandes decepções podem se tornar a nascente de belos aprendizados.

À Felipe Ferreira.